sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ilha dos Amores

Fragmentos do Livro "Formação Histórica de São Paulo", de Richard M. Morse

(...) Os Caramanchões perfumados da Ilha dos Amores tinham que competir com os sapatos velhos, ossos, latas e roupas de cama apodrecidas. (...)


Em 1886, um italiano, Dr Lomonaco, observou a capital da seguinte maneira:

São Paulo não apresenta ainda os aspectos de grande cidade, no sentido exato da palavra. Está sujeita presentemente a um regimen, a uma obra de continuas demolições e transformações, que amelhoram e embelezam de dia pra dia e não pode concluir-se em breve lapso.
Uma cidade nova tende a tomar lugar a outra antiga, e ao mesmo tempo, novos bairros se constroem, obedecendo a melhor planta e melhores canones de que os antigos, dilatando-se-lhe diariamente a periferia... Daí provém contrastes muito acenctuados.
Ao lado dos belos palacetes, em condições de figurar em qualquer grande cidade, ainda se notam os casebre baixos e humildes, as casas de taipa construidas pelos primeiros colonos portugueses. Em confronto com algumas ruas, bem pavimentadas, com numerosos edifícios, outras já se apresentam, apenas delineadas e de edificação esparsa, cobertas de hervas rasteiras, ou de chão de terra, impraticaveis desde que chova.
Tal desequilíbrio de construção e de diferenças de aspectos materiais observa-se tanto na parte velha como a nova. Não há bairro, pode-se dizer, do qual se afirme que tem definitivo aspecto. Assim só dentro de dez ou quinze anos terá São Paulo definitivo facies, conquistando o feitio de grande e bela cidade.


(do livro "Impressões de São Paulo", de Afonso de Taunay)
.
.
.

por Thaís

Nenhum comentário: