terça-feira, 28 de outubro de 2008

Os tempos ao mesmo tempo

Fiz um programa diferente nessa semana.  Fui convidado a participar de um piquenique...  Até ai ok, mas um piquenique atrás de uma caldeira, dentro de uma (ex) usina de energia, ao lado de uma gigantesca chaminé, realmente não acontece todo dia!

Ok, vamos lá!!  Haviam duas menias ali sentadas, conversando. Cheguei, como sempre, meio tímido. Fiquei observando a conversa por um tempo. Me ofereceram bolachas!!  Ah, bacana! 

O papo começou a acontecer. Durante um pequeno período senti uma sensação estranha nas conversas.  Algo não se encaixava... Era esquisito e interessante ao mesmo tempo.  A forma como conversavam uma com a outra, o vocabulário, o cotidiano, o comportamento físico.  Hmm, estranho!  Chegou a terceira moca, aparentemente conhecida de uma das duas que estavam lá.

Pô, claro!!  Um pouco depois percebi o que estava errado.  Eu!!  (pausa dramática)   Aquelas meninas ali não estavam... ali.  Como assim?  Sim, não estavam lá, digo, no mesmo tempo que eu.  Havia uma comunicação direta entre nós, mas era como se elas estivessem num outro ambiente, numa bolha, me vendo do lado de fora mas não fora do lado delas e não vendo nada mais do que eu via. Elas estavam ali, num outro mundo, outro tempo, olhando pela janela um campo de industrias, um céu aberto e pessoas pra la e pra ca numa cidade talvez da década de 20 ou 30, onde eu via apenas os prédios, o transito, as paredes e as marcas claras da cidade mais transitória da américa do sul (com certeza!).

Por alguns minutos eu até pude sentir o cheiro daquilo que nunca senti!  Louco, não? Lembrei claramente de sensações de criança, qndo andava, trabalhava com meu avô. Tudo mais ficou por algum tempo distorcido.  O que elas estão vendo? Como estão vendo? Como falam comigo???

O piquenique subitamente acabou.  As meninas desapareceram!  Será que foi alguma piração minha?    Sei lá... Tudo voltou ao normal, ao seu tempo.   Qual tempo??  Com certeza não ao tempo delas, mas sim ao nosso, o meu e o seu, onde na verdade não há tempo pra nada, nem pra ter tempo!   Vivemos num “tempo” que não suporta o ontem. Nem suporta o hoje. Somente o amanhã.  Tudo é feito pra amanha como se fosse acabar ontem, mas não nos damos conta de fazer hoje o hoje pra que amanha tenhamos o ontem...

Confuso??  Arume um “tempinho” pra refletir a respeito!

;)


Ed

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Mais uma dica transitória


Então, passo para todos um soneto de Carlos Pena Filho, poeta, que trabalhou o tema da transitoriedade. No último encontro conversamos sobre algumas mudanças no script da entrevista e também na direção dele, que tera na sua frente as garotas e em segundo plano YO.Como o cronograma para o término das entrevistas esta apertado, e logo mais elas deverão ser trabalhadas pelo Emílio, esta foi uma decisão que otimizaria nossos resultados. Serão elaborados temas que consigam abarcar mais o ponto de vista artistíco e sensível, porém sem deixar de lado alguns pitacos históricos.Nesta semana iremos colocar até quarta feira, creio que foi esta a data estipulada, algumas sugestões sobre perguntas que encontrem pontos de contato entre o tema escolhido e as possibilidades artísticas. Bom deixo aqui um poema para todos, e valeu Carol pelos textos!Vou pegar o livro que disse, mas se quiserem tentar pegar na net alguma resenha sobre ele, se chama A corrida do século XXI, de Nicolau Sevecenko.Eis, o poema:
                       
                                               "A Solidão e sua porta"

Quando mais nada resistir que valha

A pena de viver e a dor de amar

E quando nada mais interessar

(Nem o torpor do sono que se espalha)

 

Quando pelo desuso da navalha

A barba livremente caminhar

E até Deus em silêncio se afastar

Deixando-te sozinho na batalha

 

A arquitetar na sombra a despedida

Deste mundo que te foi contraditório

Lembra-te que afinal te resta a vida
 

Com tudo que é insolvente e provisório

E de que ainda tens uma saída

Entrar no acaso e amar o transitório.



LUCAS



--
CORROSIVO
http://corrosivo-coletivo.blogspot.com
www.myspace.com/corrosivocoletivo

domingo, 19 de outubro de 2008

de Thaís: proposta de experimentação





Dependendo de onde e como você esteve (sentado, deitado, atrás do muro, da janela, do alto do edifício, dentro de um buraco, invisível ou na chaminé) a olhada foi uma e única (não nos responsabilizamos)


o piquenique aconteceu em 1929 próximo ao Rio Tietê / Em 2008 aconteceu em um heliporto (também conhecido como campo de golfe e/ou estacionamento de helicópteros)

Estiveram presentes duas garotas amigas.

na bela cesta:
comida farta: frango assado, carneiro assado e polenta suculenta (preparados pela mãe) / comida rápida: pipoca de microondas, mini-cenouras lavadas prontas para consumir e, para acompanhar, algumas bananas (adquiridos no supermercado do novo shopping center, localizado na esquina)

há pássaros.
há ruídos.

estávamos sendo vigiadas.


foi um dia atípico para um piquenique: não fez sol e a garoa era incessante.

domingo, 12 de outubro de 2008

Iniciamos em setembro o trabalho prático do projeto olhares entre caldeiras


das histórias dos livros
das histórias ouvidas
das inventadas

as personagens surgem como colagens (me lembra aqueles trabalhos de escola, onde procurávamos em revistas e fazíamos montagens - um tanto quanto bizarras e divertidas)...aqui, até este momento, elas aparecem de maneira sutil: o olhar é de uma tia de segundo grau com a voz do avô envolvida pela a respiração de uma mulher que foi observada hoje no ônibus acompanhada pelos gestos que são meus e se parecem com os da minha mãe.

alguns personagens que já estiveram conosco:
Sr. Florindo
Marcelo e sua luneta
Dona Guiomar, a parteira
2 Desconhecidos
Moça jovem
Clarice (que ainda não entrou em cena)


todos se encontram em um piquenique....

um piquenique com flores de plásticos, grama sintética e comida pré-fabricada, no qual se vai e se faz sozinho?
um piquenique com mais de 50 pessoas, com frango, polenta e carneiro assado?

eles até podem ocorrer simultaneamente....

detalhe importante: em ambos se pode escutar um som agudo de um apito-sirene....
(de uma fábrica? ambulância? bombeiro? bomba? escola?)

é então que o piquenique acaba.



carolina bonfim

SOBRE A TRANSITORIEDADE (Vergänglichkeit)

SOBRE A TRANSITORIEDADE

Sigmund Freud

Não faz muito tempo empreendi, num dia de verão, uma caminhada através de campos sorridentes na companhia de um amigo taciturno e de um poeta jovem mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário à nossa volta, mas não extraía disso qualquer alegria. Perturbava-o o pensamento de que toda aquela beleza estava fadada à extinção, de que desapareceria quando sobreviesse o inverno, como toda a beleza humana e toda a beleza e esplendor que os homens criaram ou poderão criar. Tudo aquilo que, em outra circunstância, ele teria amado e admirado, pareceu-lhe despojado de seu valor por estar fadado à transitoriedade.

A propensão de tudo que é belo e perfeito à decadência, pode, como sabemos, dar margem a dois impulsos diferentes na mente. Um leva ao penoso desalento sentido pelo jovem poeta, ao passo que o outro conduz à rebelião contra o fato consumado. Não! É impossível que toda essa beleza da Natureza e da Arte, do mundo de nossas sensações e do mundo externo, realmente venha a se desfazer em nada. Seria por demais insensato, por demais pretensioso acreditar nisso. De uma maneira ou de outra essa beleza deve ser capaz de persistir e de escapar a todos os poderes de destruição.

Mas essa exigência de imortalidade, por ser tão obviamente um produto dos nossos desejos, não pode reivindicar seu direito à realidade; o que é penoso pode, não obstante, ser verdadeiro. Não vi como discutir a transitoriedade de todas as coisas, nem pude insistir numa exceção em favor do que é belo e perfeito. Não deixei, porém, de discutir o ponto de vista pessimista do poeta de que a transitoriedade do que é belo implica uma perda de seu valor.

Pelo contrário, implica um aumento! O valor da transitoriedade é o valor da escassez no tempo. A limitação da possibilidade de uma fruição eleva o valor dessa fruição. Era incompreensível, declarei, que o pensamento sobre a transitoriedade da beleza interferisse na alegria que dela derivamos. Quanto à beleza da Natureza, cada vez que é destruída pelo inverno, retorna no ano seguinte, do modo que, em relação à duração de nossas vidas, ela pode de fato ser considerada eterna. A beleza da forma e da face humana desaparece para sempre no decorrer de nossas próprias vidas; sua evanescência, porém, apenas lhes empresta renovado encanto. Um flor que dura apenas uma noite nem por isso nos parece menos bela. Tampouco posso compreender melhor por que a beleza e a perfeição de uma obra de arte ou de uma realização intelectual deveriam perder seu valor devido à sua limitação temporal. Realmente, talvez chegue o dia em que os quadros e estátuas que hoje admiramos venham a ficar reduzidos a pó, ou que nos possa suceder uma raça de homens que venha a não mais compreender as obras de nossos poetas e pensadores, ou talvez até mesmo sobrevenha uma era geológica na qual cesse toda vida animada sobre a Terra; visto, contudo, que o valor de toda essa beleza e perfeição é determinado somente por sua significação para nossa própria vida emocional, não precisa sobreviver a nós, independendo, portanto, da duração absoluta.

Essas considerações me pareceram incontestáveis, mas observei que não causara impressão quer no poeta quer em meu amigo. Meu fracasso levou-me a inferir que algum fator emocional poderoso se achava em ação, perturbando-lhes o discernimento, e acreditei, depois, ter descoberto o que era. O que lhes estragou a fruição da beleza deve ter sido uma revolta em suas mentes contra o luto. A idéia de que toda essa beleza era transitória comunicou a esses dois espíritos sensíveis uma antecipação de luto pela morte dessa mesma beleza; e, como a mente instintivamente recua de algo que é penoso, sentiram que em sua fruição de beleza interferiam pensamentos sobre sua transitoriedade.

O luto pela perda de algo que amamos ou admiramos se afigura tão natural ao leigo, que ele o considera evidente por si mesmo. Para os psicólogos, porém, o luto constitui um grande enigma, um daqueles fenômenos que por si sós não podem ser explicados, mas a partir dos quais podem ser rastreadas outras obscuridades. Possuímos, segundo parece, certa dose de capacidade para o amor — que denominamos de libido — que nas etapas iniciais do desenvolvimento é dirigido no sentido de nosso próprio ego. Depois, embora ainda numa época muito inicial, essa libido é desviada do ego para objetos, que são assim, num certo sentido, levados para nosso ego. Se os objetos forem destruídos ou se ficarem perdidos para nós, nossa capacidade para o amor (nossa libido) será mais uma vez liberada e poderá então ou substituí-los por outros objetos ou retornar temporariamente ao ego. Mas permanece um mistério para nós o motivo pelo qual esse desligamento da libido de seus objetos deve constituir um processo tão penoso, até agora não fomos capazes de formular qualquer hipótese para explicá-lo. Vemos apenas que a libido se apega a seus objetos e não renuncia àqueles que se perderam, mesmo quando um substituto se acha bem à mão. Assim é o luto.

Minha palestra com o poeta ocorreu no verão antes da guerra. Um ano depois, irrompeu o conflito que lhe subtraiu o mundo de suas belezas. Não só destruiu a beleza dos campos que atravessava e as obras de arte que encontrava em seu caminho, como também destroçou nosso orgulho pelas realizações de nossa civilização, nossa admiração por numerosos filósofos e artistas, e nossas esperanças quanto a um triunfo final sobre as divergências entre as nações e as raças. Maculou a elevada imparcialidade da nossa ciência, revelou nossos instintos em toda a sua nudez e soltou de dentro de nós os maus espíritos que julgávamos terem sido domados para sempre, por séculos de ininterrupta educação pelas mais nobres mentes. Amesquinhou mais uma vez nosso país e tornou o resto do mundo bastante remoto. Roubou-nos do muito que amáramos e mostrou-nos quão efêmeras eram inúmeras coisas que consideráramos imutáveis.

Não pode surpreender-nos o fato de que nossa libido, assim privada de tantos dos seus objetos, se tenha apegado com intensidade ainda maior ao que nos sobrou, que o amor pela nossa pátria, nossa afeição pelos que se acham mais próximos de nós e nosso orgulho pelo que nos é comum, subitamente se tenham tornado mais vigorosos. Contudo, será que aqueles outros bens, que agora perdemos, realmente deixaram de ter qualquer valor para nós por se revelarem tão perecíveis e tão sem resistência? Isso parece ser o caso de muitos de nós; só que, na minha opinião, mais uma vez, erradamente. Creio que aqueles que pensam assim, de e parecem prontos a aceitar uma renúncia permanente porque o que era precioso revelou não ser duradouro, encontram-se simplesmente num estado de luto pelo que se perdeu. O luto, como sabemos, por mais doloroso que possa ser, chega a um fim espontâneo. Quando renunciou a tudo que foi perdido, então consumiu-se a si próprio, e nossa libido fica mais uma vez livre (enquanto ainda formos jovens e ativos) para substituir os objetos perdidos por novos igualmente, ou ainda mais, preciosos. É de esperar que isso também seja verdade em relação às perdas causadas pela presente guerra. Quando o luto tiver terminado, verificar-se-á que o alto conceito em que tínhamos as riquezas da civilização nada perdeu com a descoberta de sua fragilidade. Reconstruiremos tudo o que a guerra destruiu, e talvez em terreno mais firme e de forma mais duradoura do que antes.

Este ensaio foi escrito em novembro de 1915, a convite da Berliner Goetherbund (Sociedade Goethe de Berlim) para um volume comemorativo lançado no ano seguinte sob o título de Das Land Goethes (O País de Goethe). O ensaio abrange um enunciado da teoria do luto contido em 'Luto e Melancolia' (1971e), que Freud escrevera alguns meses antes, mas que só foi publicado dois anos depois.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

piquenique


elas foram viajar com o sr. Aldo. não! foi com o sr. Carmelo.. ou teria sido com o sr. Abílio, ou com o sr.... não lembro mais.. mais foram de trem pra itanhaém com um passe que dura quinze dias.


exploração de um antigo espaço... atrizes e artistas plásticos... olhares de crianças...um buraco na parede e uma cidade que se mostra... olhando pela fechadura não vemos o privado... mas o espaço público explode em meio a correria de São Paulo.

























Era para eu postar, mas eu ando meio bloqueada com a internet...

Bom, começamos com um proto-energético... acho que ele influenciou de uma certa maneira as nossas relações com o espaço.
Os nossos olhares. eu estava ansiosa para escrever, pois observar é o que eu mais faço ultimamente... aliás é o que eu mais sempre fiz. Queria escrever pra parar de observar... mas mesmo assim a observação ao espaço foi boa... acabei transformando a ansiedade em música, fala, dança. Depois consegui escrever baseada nos elementos que ali vivi.
"Perseguição... pedrinhas... pessoas que corriam a minha volta. Por que correm? será que fogem também? a casa é quentinha e tem as luzes acesas. quem mora lá? queria poder passar do outro lado do muro, mas sei que se eu passar eles vão me pegar. Aqui está tudo corroido pelo tempo. acho que eu também me deixei corroer."
Alguma coisa de semelhante entre todos ali naquele espaço. -o que me fez parar de correr? a competição talvez, disse o Alê. gostei tanto desta outra frase do Alê: "eu queria que uma Pedra me achasse e não que eu achasse uma". - o marcos andava de costas, pra não ir de frente contra o vento. andava de costas e confiava em si, como se soubesse pra onde ia sem ter que olhar pra frente. Andar pra frente olhando pra trás. A Carol destacou as epidemias no início do séc. XX, pois havia lido um livro sobre isso e neste momento se depara com um rato vagando pela casa das caldeiras...
E uma pergunta: o que a Re fazia enquanto a gente vagava naqueles 40 minutos gelados e cheios de informação? Pesquisar entre 1880 até 1932... bisavós... quem foram e onde estiveram...
Acho que é isso... té sexta Thaís

Materiais Cênicos

Ontem demos início às investigações cênicas.
Estavam presentes: Alê Teles, Carolina, Thaís, Marcos e eu.
Eu, sem poder levantar da cadeira, fui observadora atenta de cada gesto, descoberta e palavra dos companheiros de corroção...
A função de provocadora tem sido instigante e desafiadora. Meu lado atriz precisa se acalmar e dar espaço para aquilo que eu talvez sempre tenha sido... e por isso tantas brigas com os diretores que já fizeram parte do meu caminho?
Memórias da Casa das Caldeiras, das discussões intensas dos dois primeiros meses de residência... entrar em contato com a história da nossa cidade... e talvez, quem sabe, fazer as pazes com ela. Lembrar e vasculhar a nossa própria história...
O que era mesmo que as pessoas conversavam na hora da sesta?
"Que muro grande é esse, pai?"
correr...olhar pelo buraco do muro... descobrir o mundo... nomear coisas... criar...criança.
Sexta tem mais...
Renata

Processo Criativo


Na ordem do dia...



Mais interessante ainda é imaginar as conversas dos usuários dos anos 80 e 90...

testemunha - processo

É impossível olhar para a Casa das Caldeiras e ignorar suas paredes. Repletas de tijolos alguns desgastados pelo tempo e outros restaurados pelo novo momento. Todos cheios de memórias e histórias para contar, testemunharam conversas desde “o filho que virá”, “a traição da amada”, “o passeio do fim de semana”, “o salário muito baixo”, “a casa alugada”, “a casa reformada”, “o sapato muito apertado”, “o supervisor injusto”, “o alcagüete”, “o churrasco da semana que vem”, “a morte do colega”, “o acidente de ontem”, “o bonde quebrado”, “a sirene do almoço” e outras tantas.
Estou enganado. Por ali só passava fumaça.
Alexandre Teles

Tempo Forte

No contexto do Programa de Residência Artística OBRAS EM CONSTRUÇÃO, a Casa das Caldeiras apresentou de 01 a 05 de setembro de 2008 os projetos em desenvolvimento dos artistas e pesquisadores residentes.
O Programa valoriza o processo do artista no curso do desenvolvimento de sua obra com o local, tendo como desafio, a dialética entre Arte, Território e Patrimônio que a Casa das Caldeiras peculiarmente propicia.
O Programa consiste em viabilizar espaços de Residência propondo acompanhamento logístico, administrativo e de estruturação do projeto, fomentando um contexto de troca de conhecimentos, métodos e impressões entre seus residentes.

Residência Artística: Casa das Caldeiras

Projeto: Olhares entre Caldeiras
O projeto propõe a criação de uma Instalação Cênica a partir da pesquisa e a reflexão de um espaço vivo como a Casa das Caldeiras, que abriga histórias, memórias e re-significa sua funcionalidade na cidade de São Paulo.
Pretende-se criar uma nova relação com este espaço e interagir com seus componentes históricos, arquitetônicos, humanos, com sua paisagem, clima e demais elementos que o caracterizam.
A realização da Instalação Cênica pressupõe a interferência direta do público não só durante a construção da obra como também em cada dia das apresentações.
Nossa intenção não é recriar a realidade, mas intervir nela. Qual é a relação que as pessoas estabelecem ao passar por um mesmo lugar diariamente? O que pensam e sentem as pessoas sobre as suas memórias, histórias, desejos? E as pessoas que conhecem esse mesmo espaço por dentro? O que nos remete um espaço? Que histórias eu posso criar a partir de um lugar?