sábado, 13 de dezembro de 2008

Um Homem cheio de histórias olha na penumbra. existe um ar de calmaria misturado a uma insegura ansiedade. um rastro de luz.
um silêncio.
Uma moça atrás da janela. longe, muito longe.
silêncio.
Ele e ela se encontram e trocam suas memórias.
um de cada vez, selecionam seus objetos/memória. uma menina com seu avô.
Tantas histórias naquelas imagens.
percebo a respiração do silêncio.
Os dois se deitam no chão de barriga para cima e escutamos os cães, e a lua que olha por eles naquela penumbra.


por Thaís

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Uma descrição sobre o trabalho que apresentei ao Corrosivo no dia 20 de novembro.

Parti de dois temas: memória e tempo.

As idéias surgem – com facilidade e dificuldade – e se vão e voltam....
o caminho, neste início, parece vendado por grossas tiras de pano preto...
a instabilidade e a sensação de corda bamba foram/são companheiras minhas no processo de criação.

...

Em um domingo, recebo um telefonema.
É de Oswaldo Righi.
Ele trabalhou nas indústrias matarazzo (mas especificamente onde está a casa das caldeiras hoje) por dois anos, de 1946 a 1948, como office-boy.
Nos conhecemos em setembro por conta das estrevistas que estamos realizando com os ex-trabalhadores das indústrias e, então, seguimos em contato...

Ele me ligou para me passar o telefone de outro senhor, também ex-trabalhador. Pediu para que eu ligasse naquele momento e que retornaria em 10 minutos para saber como foi.

Surgiu-me a idéia de convidá-lo para este trabalho incógnita.

Ele me retornou assim que cravaram os 10 minutos.
Comecei, então, a contar que faríamos uma mostra de trabalhos artísticos, etc, etc, etc, estava sendo bem explicativa e de repente ele me interrompe e pergunta:
- Que horas eu chego?
- Ééé..Ás 18 horas. Tudo bem? (levemente insegura)
- Ah, está bem. Estarei lá.

...

E lá ele esteve comigo...com uma entrega rara.

Fizemos uma cena...ou melhor...estivemos em uma paisagem....

Fusão de tempos.

Não houve palavra.

Das lembranças: um pião, bilhete de bonde, ursinho rosa, estilingue, estojo escolar, foto tirada em estúdio, o caderno de caligrafia, o boneco feijãozinho, papéis, uma bolsinha de ursinho com um olho só e um cd com imagens de uma veia obstruída.

...

















Por: Carolina Bonfim
Um Homem cheio de histórias olha na penumbra. existe um ar de calmaria misturado a uma insegura ansiedade. um rastro de luz. 
um silêncio.
Uma moça atrás da janela. longe, muito longe.
silêncio.
Ele e ela se encontram e trocam suas memórias.
um de cada vez, selecionam seus objetos/memória. uma menina com seu avô.
Tantas histórias naquelas imagens.
percebo a respiração do silêncio.
Os dois se deitam no chão de barriga para cima e escutamos os cães, e a lua que olha por eles naquela penumbra.



por Thaís

Corrosivo no TODODOMINGO


Dia 30 de novembro, no último TODODOMINGO (dia em que a Casa das Caldeiras abre suas portas nas tardes de domingo recebendo o público com espetáculos, performances, exposições, oficinas, ciclos de palestras, pesquisa, documentação artística e cultural e monitoria sobre o patrimônio) o Corrosivo apresentou alguns trabalhos que compõem o processo artístico do Projeto Olhares entre Caldeiras.